Solenidade de Todos os Santos e Santas – Viver como Jesus viveu – Reflexão de Pe. Osmar Debatin

Leituras
1ª leitura: Ap 7,2-4.9-14 = Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações
Salmo Responsorial: Sl 23 = É assim a geração dos que procuram o Senhor
2ª leitura: 1Jo 3,1-3 = Veremos Deus tal como é
Evangelho: Mt 5,1-12a = Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa

 

1 – Senso comum sobre a santidade
Lembro o dia que fui visitar um encontro de catequese e perguntei quem era o santo e se eles tinham um santo ou santa de devoção. Depois de algumas respostas, um menino disse que santidade é coisa de antigamente; coisa do passado. Num encontro de formação com jovens, uma moça me disse: me diga uma coisa, padre: por que a gente precisa sofrer para ficar santa? Estava eu num encontro de preparação para o Batismo, e um padrinho, brincando, falou: não sei se vou gostar do céu; parece que lá é meio parado. Ele fazia referência à 1ª leitura: passar a eternidade, vestido de branco, de pé e cantando louvores. Essas ideias sobre santidade, presente da infância até a fase a adulta, formam o conceito do senso comum sobre santidade. Na Palavra que ouvimos, a 1ª leitura mostra o endereço, o local da chegada; a 2ª leitura e o Evangelho, indicam o caminho e como caminhar para se viver na santidade.

2 – Viver na santidade
Vejam que falei em “viver na santidade”. Com isto quero dizer que a santidade não é coisa do futuro, para depois da morte. Santidade é um modo de viver, é um jeito de viver aqui na terra. Na prática, a santidade é viver como Jesus viveu. Isto está muito claro no Evangelho das Bem-aventuranças que acabamos de ouvir. Nas Bem-aventuranças, Jesus não está propondo um manual, ou um tutorial, como virou moda falar em nossos dias, mas está revelando o seu estilo de vida. As Bem-aventuranças é o programa de vida de Jesus; é o modo como Jesus vivia. Quer dizer, Jesus não está ensinando as Bem-aventuranças, está dizendo como ele vivia: sem apego às coisas da terra, promovendo e construindo a paz, relacionando-se de modo misericordioso com todos, vivendo na mansidão, buscando e promovendo a justiça, vivendo na pureza de coração, suportando todo tipo de perseguição e de calúnia. Se você fizer o exercício de ler o Evangelho com a luz das Bem-aventuranças, você entenderá que as Bem-aventuranças é “a cara de Jesus”, é a fotografia de hoje.

3 – Santidade no tempo de hoje
Entende-se facilmente que a santidade não é coisa do passado, como dizia aquele menino da catequese, mas uma proposta de vida para todos os tempos, especialmente para o nosso tempo. Para ser santo e santa, como dizia a jovem, você não precisa sofrer e nem praticar obras heroicas. Muito menos precisa vestir moralismos ou ter uma vida totalmente voluntariosa, quase se anulando. Para se viver a santidade basta compreender, rezar e iluminar a vida com a luz das Bem-aventuranças. É possível isso? Sim! João dizia, na 2ª leitura, que somos filhos e filhas de Deus. Deus é santo, por isso, se somos filhos e filhas, temos o DNA da santidade em nós. Mas, porque somos humanos, precisamos da purificação; passar pela “grande tribulação”, que é a vida presente, no dizer simbólico da 2ª leitura. Isto é possível vivendo as Bem-aventuranças. Isto é possível caminhando na estrada de Jesus e vivendo como Jesus viveu.

Pe. Osmar Debatin  

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