O link é este: http://www.poesiasemensagens.com.br/pretti/voltagrande/voltagrande.htm
Já pode me perguntar porquê. Mas, calma, leia primeiro a minha explicação; do contrário perde a graça; não se pode ter pressa para entender poesia de amor à terra da gente, à minha terra: Volta Grande. Na verdade, a poesia se refere bem especificamente à localidade vizinha de Alto Volta Grande. A diferença é pouca, apenas 3 km de distância geográfica. Volta Grande situa-se um pouco mais em baixo do Rio Grande. Assim o chamávamos naqueles velhos tempos.
A pequena vila de Alto Volta Grande teve seus início com a serraria do Sr. João Machado. A vila era formada só de empregados do seu João. Mais tarde ele até se tornou Prefeito Municipal de Taió.
Naquela vila, já nos tempos do Pe. Eduardo, foi construída a capela São Sebastião. Era feita toda de madeira, mas com torre, sino e amplo pátio. Nos domingos e dias santos de guarda, quando não havia missa, as famílias se reuniam para a celebração do culto. Dom Tito Buss, Bispo Diocesano de Rio do Sul, então nosso bispo, publicava bons roteiros de culto que se tornaram modelos para muitas dioceses do Brasil. Meu pai animava e dirigia estes cultos, sempre apoiado pelos tios, amigos e vizinhos.
A referida poesia, a que dá acesso o citado link, achei-a através do Google. Foi feita por uma neta do Sr. João Machado, hoje já falecido. Ele e sua família deixaram suas marcas de pioneiros e empreendedores naqueles bonitos cantos do nosso Brasil.
Acompanhando a poesia, a música, as imagens, você vai sentir o amor àquela terra, espelhado num coração de menina. Menina que conheci, Marlene Mees. Hoje, Marlene Mees Pretti, poetisa, mulher amadurecida, enfeitiçada pelas belezas naturais da Volta Grande. Como seminarista, nos anos de 1964, 1965, ali preparei uma turma de crianças para a Primeira Eucaristia, no estilo catequético daqueles tempos pré-conciliares ainda para nós. Parece-me que ela não fez parte daquela turma porque era de geração mais nova.
Alto Volta Grande faz parte da história da nossa família. Uma irmã e diversos irmãos meus lá fizeram a sua Primeira Comunhão. Depois, no ano de 1975, foi construída a Capela Santo Antonio, um pouco mais para baixo, na localidade de Volta Grande, e passamos a frequentar o novo templo, bem mais próximo da nossa casa.
Posso dizer, no entanto, que Alto Volta Grande e Volta Grande, para mim, continuam meninas, cheias de encantos, flores, paisagens, céu azul, riachos de pedras e a igrejinha de pé – também a igreja viva que são as famílias. Ladeada de morros, na direção do sol poente oferece belíssima paisagem da grande serra que faz divisa entre os municípios de Mirim Doce e Curitibanos.
Em certa ocasião, li sobre a reconciliação que devemos cultivar com a terra em que nascemos. Aquele berço foi preparado por Deus para que nascêssemos e crescêssemos. Quem, da nossa geração sessentona, não tem saudade da sua terra-bêrço? E se alguém, por qualquer motivo, não gosta de voltar à sua terra natal, não gosta de recordar-se dela, deve fazer um exame de consciência; deve invocar do Pai e Criador o dom da reconciliação. Rezar o Pai Nosso é recordar que este Pai nos amou desde quando nossos olhos contemplaram pela primeira vez o paraíso que ele havia preparado para nós.
Saboreie a poesia da ilustre conterrânea! Faça de conta que ela refere-se à sua terra natal, amigo inernauta. As distâncias físicas não significam nada quando as medimos com os profundos sentimentos do nosso coração. Aliás, aí elas desaparecem. Descobrimo-nos em estreita comunhão. Ainda mais quando a rica natureza se torna ponte.
Blumenau, 19 de julho de 2010
Pe. Raul Kestring