Professores, brilhareis como estrelas do céu

Neste dia 15 de outubro, comemorando dia dedicado aos professores e professoras, reporto-me ao tempo em que fui também professor. Comecei quando tinha 15 anos, dando catequese de preparação de Primeira Eucaristia na minha terra, Alto Volta Grande, município de Mirim Doce, SC. Substituí, então, o catequista anterior que era também professor, vitimado tragicamente em acidente de veículo.

Alegra-me deveras, vez ou outra, ouvir de alguém, ainda hoje: “O senhor foi meu catequista; e não me esqueço das suas lições de fé e vida”. Em Blumenau, nos anos de 1998, 1999, 2000, juntamente com outros sacerdotes e religiosos, acompanhei como coordenador e professor um curso semanal de teologia para leigos e leigas. Percebo ainda hoje como foram importantes naqueles anos aquelas reflexões bíblicas, teológicas, dogmáticas, diante das quais os participantes se maravilhavam e a isso sempre se referem agradecidos. Surpreendia-me a superação das distâncias, cansaço do dia de trabalho, para se reunirem em torno do conhecimento das “razões da nossa fé” (1Pd 3,15).

Mas vem-me à mente uma afirmação bíblica que, de alguma forma, encoraja-nos a todos para ensinarmos, edificarmos as pessoas. Assim reza a frase: “Aqueles que ensinam os homens brilharão como as estrelas do Céu” (Dn 12,3). E é de um profeta, Daniel. Todos os profetas olham o presente e o futuro com esperança, aquela que “não engana” (Cf. Rm 5,5), isto é, quem vem de Deus, da sua luz criadora e salvadora.

Vejo frequentemente essa frase bíblica escrita nos túmulos de pais, de amigos, de pessoas queridas. Com certeza, muitos deles foram professores. Mas todos, também os que não o foram, deixaram lições de vida inesquecíveis. Tanto que os admiramos muito mais do que antes, pois na dimensão espiritual que agora gozam, reluz muito mais suas qualidades, suas lutas, sua constância, seu amor. Compreenderemos, quem sabe, até seus fracassos e pecados, herança que recebemos de nossos primeiros pais. O maior Mestre deste mundo também fracassou a olhos corpóreos, mas fez da sua aparente derrota, vitória e salvação para toda a humanidade.

Pela nossa vida honesta, caridosa, santa, sejamos, assim, esses professores e professoras todos os dias do ano. E que imensa graça merecermos o elogio daqueles que, depois de terem sido luzes nesta vida terrena, brilharão como estrelas no céu.

Pe. Raul Kestring

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