Preparando outra festa em família – Você certamente não vai ficar de fora

Reza o livro sagrado, em seu Salmo 90, versículo 10:”Nossos anos de vida são setenta, oitenta para os mais robustos, mas pela maior parte são fadiga e aborrecimento, passam logo e nós voamos” (Cf. tradução da CNBB, Segunda edição, maio de 2002).

Conforme a Escritura Sagrada, então, nossa mãe Clarinda demonstra sua robustez, ao completar 80 anos no final deste mês de março exatamente dia 29. A família está preparando um encontro festivo que, primeiro, expresse gratidão a Deus por esta dádiva. Não são muitas as famílias que tem esta graça, de ver a sua mãe ou o seu pai chegar a esta idade avançada.

Em segundo lugar, penso, um encontro desse gênero deve objetivar o congraçamento de toda a família que a ilustre matriarca gerou. São nove filhos que ela carregou debaixo do seu coração e continua acompanhando-os com amor.  Observe-se que o Maximino, Deus quis levá-lo para junto de si no último dia 23 de fevereiro. Com certeza, ele, de lá, participa ainda mais intensamente da festa. E nós, que ainda temos o privilégio de vivermos, dele não esquecemos, pois somos e queremos ser cada vez mais verdadeiros irmãos. Como nossa mãe e nosso pai nos conceberam e a cada dia nos concebem em seus sonhos maternos e paternos.

Espera-se a presença de 50 a 60 integrantes da família a este inédito encontro, entre filhos, noras e genros, netos e bisnetos. A previsão, assim, é sumamente positiva, no sentido de que todos, de diversos lugares do Brasil, nos reuniremos, nos reuniremos de fato, nessa alegria e nessa ação de graças.

Destaque para duas datas: A primeira refere-se à santa missa que será celebrada exatamente no dia 29, dia em que mamãe Clarinda completa 80 anos.  Está marcada para ser celebrada na Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau (Centro), às 12h15, e será presidida pelo filho mais velho, o Padre Raul.

Desnecessário se faz dizer o porquê da opção pela realização desta celebração eucarística. Basta lembrar o valor da Igreja, especialmente da Eucaristia, que aprendemos a cultivar no seio de nossos pais. Não há dúvidas que esta forças sustentou nossa mãe, em suas lutas e conquistas, como também e na medida da sua generosidade também o nosso pai. Como esquecer essa dimensão da espiritualidade eucarística, verdadeiro alimento de vida e de vida eterna? Como não agradecer em Cristo e com Cristo, Ele, a mais digna ação de graças ao Pai pelo seu infinito amor por cada um e por todos os seres humanos?

E no Domingo seguinte, o esperado encontro. Não cultiva-se expectativa alguma, porque será um momento único, próprio, marcado pela “presença” de cada filho, filha, nora, genro…., cada um e cada uma com sua realidade interna daquele momento, daquele ponto de chegada e, ao mesmo tempo, não poderia deixar de ser, de recomeço, de partida para uma nova etapa de vivência e convivência. Duas dimensões da vida que jamais se separam. Temos vivências, no aspecto pessoal, uma história, uma caminhada interior feita de dor e amor. E na convivência, partilhamos isso que somos, amor e dor. Lógico, na reciprocidade, muito própria daqueles que se querem bem,  enriquecemo-nos uns dos outros. Crescemos, nessa medida em que saímos de nós mesmos e abrimo-nos ao encontro, ao diálogo, à troca de nossas idéias, sonhos, frustrações (porque não?), esperanças…

Não se faz festa só com bebida e comida. Aliás, com a etapa da terceira idade passando dos pais para os filhos, como é o osso caso, graças a Deus, a comida e a bebida, vão desafiando cada vez mais a saúde. E já não podem ter aquele peso diante do amplo significado de semelhante festa, se algum o teve.

Com certeza será um almoço caprichado, como sempre tivemos em família. Mas “a festa” é muito mais. Ela vem do interior riquíssimo, com o qual Deus nos dotou. E se expressa no sembante, nas palavras e gestos, superando julgamentos, naturais preconceitos, mágoas. Esta superação (leia-se também reconciliação) dará o autêntico tom do nosso encontro. Tom, este, que constitui-se no sonho de Deus a respeito da família, criada pela sua fantasia ilimitadamente amorosa. E isso acontece não só no momento sagrado missa, mas também no local do encontro, prolongamento, reflexo da celebração. Como também depois, sempre, no dia a dia.

Cabe acentuar que esse tipo de atitude não exige a presença física. Por ela, sem dúvida, é favorecido. Mas exige, acima de tudo, comunhão de espírito. Por isso, você, de qualquer forma, não ficará certamente de fora nessa ocasião. Estará conosco na oração, na ação de graças, na fé, na amizade e na solidariedade.

 

Um último desejo: Que aprendamos da nossa mãe octogenária e do nosso pai, 86, a mesma robustez corporal e espiritual. Ela nos possibilitará também vida longa, se Deus o permitir (Ele conta com a nossa parte). Nos possibilitará igualmente louvarmos a cada dia o Deus amor, o Deus da vida que aprendemos a seguir e amar. Nos possibilitará ainda sermos dom de amor à família, aos amigos, a todos, ao universo

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