Pe. Mário Celli – Saudades e gratidão eternas

No dia 05 de novembro, amanhã portanto, celebra-se a memória de São Guido Maria Conforti (1865-1931), fundador do Instituto Missionário Xaveriano. A este Instituto, pertenceu Pe. Mário Celli, nascido na Itália, falecido em 2012 em São Paulo e trabalhou entre nós, na Diocese de Blumenau. Para recordar e homenagear Pe. Celli, cujas cinzas, por expresso desejo seu, repousam no Cemitério São José, em nossa cidade, traduzi do italiano uma interessante e bastante abrangente biografia dele. Coloco aqui, à disposição de todos que desejem edificar-se com os bons exemplos deixado por este sacerdote..

 

 

PE. MARIO CELLI
Monteporzio Catone (RM), 7 de dezembro de 1943
São Paulo, 4 de maio de 2012

No Hospital São Luiz |(Morumbi), em São Paulo, no dia 04 de maio de 2012, pelas 08h30, morreu o Pe. Mário Celli. Havia sido hospitalizado no dia 17 de março para uma cirurgia no fígado, que teve complicações com consequências irreversíveis. Tinha 68 anos, tendo nascido em Monteporzio Catone (Roma) aos 07 de dezembro de 1943.

Seminarista da Diocese de Frascati até o fim do primeiro ano de Teologia, entrou para os Xaverianos em Niza Monferratto no dia 02 de outubro e 1964. “Eu disse “sim” ao ideal missionário por uma exigência e uma necessidade expontâneas de uma vida mais perfeita colocada à disposição da Santa Igreja, pelas suas carências mais urgentes, para a glória de Deus e o bem das almas. A minha escolha pela sociedade xaveriana não foi determinada por motivos particulares, mas por uma simpatia expontânea para com ela; creio que foi o Senhor que escolheu por mim”.

Concluiu o Ano de Noviciado com a Primeira Profissão no dia 03 de outubro de 1965 e passou a Parma para completar os estudos teológicos. No início do último ano de Teologia, em 29 de outubro de 1967, foi ordenado presbítero em Monteporzio Catone, na sua paróquia de origem.

Os formadores evidenciam a riqueza da personalidade do Pe. Mário: “Celli é dotado de vários talentos. É um competente mestre de canto, certamente o melhor entre quantos tem passado por Nizza. Sabe pintar. Sucede-se bem nos estudos. Exercitou-se também na confiança, na obediência, no espírito de fé, no silêncio, na devoção a Nossa Senhora. (…) Poderá se tornar um ótimo religioso, e poderia ainda ainda desistir evidentemente. Mas, no presente, considerada a sua força de vontade, o seu fervor, a correta orientação assimilada e a generosidade das suas disposições, nada o faz supor”.

No dia 7 de agosto de 1968 partia para o Burundi, onde trabalhou de 1968 a 1978. São os anos do imediato pós-concilio e, para o Burundi, do início da vida democrática, depois da independência. São também os primeiros anos de presença xaveriana naquele país. Prestou seu serviço em Murago e em Kigwena, além de em Luvungi, no Congo, com os refugiados burundeses. Desde 1976, ainda no Burundi, em Rumonge. Em 1978 foi chamado para a Itália porque, como andava repetindo há algum tempo aos superiores: “Preciso impor-me um período de calma, e reflexão e de estudo. (…) De outro modo, arrisco de me tornar um desertor, um estranho ser “meio louco”, que faz o bem, mas que deixa, às vezes, pessoas perturbadas” (12,09,1974).

Permaneceu na Itália com o encargo de Vice-diretor do CEM (Centro de Estudos Missionários). Conseguiu ainda completar os estudos iniciados na Gregoriana, chegando ao doutorado em missiologia na Urbaniana (1978) e em Teologia Pastoral na Lateranense (1979). Sempre na Urbaniana, seguiu também um curso de Comunicação Social.

Em 1981 foi mandado ao Brasil. Serviu aquela Igreja nas comunidades paroquiais das periferias de São Paulo, como Itaquera (1981-1985), em Brasilândia (1990-1994; 1995-1998). Sobretudo, admirado e sustentado por Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo – sucessivamente – de São Miguel Paulista, Brasilândia e Blumenau, Pe. Celli colocou à disposição da comunidade cristã o seu dote artístico e a sua boa formação. Coordenou a Pastoral da Comunicação, dando perspectivas novas à pastoral e à animação missionária, para a qual produziu diversificado material visual.

Assim o recordou na missa exequial Dom Angélico que, como anota Pe. De Vidi, transmitindo este testemunho do bispo – “ele o queria bem e o estimava porque o conhecia profundamente: nos momentos de desabafos e nos muitos talentos”: “Convicto discípulo missionário, Pe. Mario, a exemplo de Jesus, passou entre nós fazendo o bem. A exemplo do Fundador da família xaveriana, São Guido Maria Conforti, era fascinado pela missão. O seu coração era aberto a todo o mundo e à opção evangélica pelos pobres. Artista, encantava a todos com as suas pinturas e as suas músicas. Moramos na mesma casa por muitos anos em São Miguel Paulista, condividindo a leitura orante da Bíblia, a contemplação da realidade e o aprofundamento da teologia para dar respostas atuais aos problemas do povo”.

Repouse em paz!

Data: Sexta-feira, 04 de maio de 2012

(Extraído do site do Instituto Missionário Xaveriano e traduzido do italiano por Pe. Raul Kestring)

 

 

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