Outro momento inesquecível com meus pais

31 de outubro de 2010

Meus compromissos permitiram-me estar com meus pais neste domingo para o almoço. Considero realmente uma graça de Deus poder conviver com eles, recordando um pouco a infância, quando estar em família com aqueles que nos geraram era coisa absolutamente natural e de toda hora, de todo dia. Agora, com meus amadurecidos 60, ao menos por breves momentos, aperceber-me no colo deles, mesmo que não físicamente, constitui-se numa original experiência. Acho que necessitamos sempre dessa intimidade com nossos pais. Tornamo-nos adultos, sim, e graças a Deus. Conquistamos nossa independância emocional, econômica, afetiva, mas parece existirem laços que permanecem imutáveis. Não seriam, esses, sinais de saúde do espírito, da própria alma? 

De outro lado, pai e mãe, mesmo idosos como os meus, parecem necessitar de convívio daqueles e daquelas que geraram para a existência terrena e, quem sabe, também os geraram para a existência celeste. Pelo menos no meu caso, isso é muito verdadeiro. Com o leite materno, com o amor natural de meus pais, bebi também o testemunho da sua fé cristã/católica. Sem dúvida, este é o mais radical (de raiz) motivo, pelo qual hoje sou alguém que crê e padre.

Mãe e pai, ao que me parece, ficam felizes com a comunhão do filho, da filha, de certa forma, lógico. Não é tão difícil esse tipo de relacionamento descambar para a imaturidade, isto é, para um regresso à dependência recíproca. Nada mais desfocado na vida de qualquer pessoa, seja filho, filha ou pai, ou mãe!

Tenho a impressão de que a fé, a oração, podem ser determinantes para essa experiência. Ao mesmo tempo, essa experiência toca o plano espiritual. Somos seres corpóreos e espirituais. Por isso, também rezar junto com nossos pais é importante. Temperamos, assim, aitudes que poderiam permanecer no plano afetivo, humano, com a dimensão espiritual da vida.

Sou, então, agradecido a Deus por possibilitar-me conviver com meus pais nessa simplicidade, nesse diferente nível de relacionamento.

Nesse dia 31 de outubro, primeiro fomos votar, no segundo turno da eleição para Presidente da Reública. De tardzinha, fomos ao Texto Salto, na divisa entre Pomerode e Blumenau. Havíamos planejado pescar num pesque-pague. As fotos acima ilustram muito bem o local. Depois fomos à casa de um casal amigo, Anilda e Francisco. Estivemos com eles alguns anos atrás porque meu irmão, de São Paulo, queria que lhe arrumássemos baraço de batatas. Tencionava fazer sua roça por lá. Enfim, mesmo depois de todo o tempo passado, chegamos à casa desses verdadeiros irmãos. Pois assim fomos acolhidos.

Encerrando por aqui essa tentativa de reflexão, preciso ainda dizer, com as palavras de minha mãe: “Voltamos para casa com a feira feita para a semana”. Tão atenciosos e generosos mostraram-se o Chico e a Anilda. Deus seja louvado por tanto amor e tanto graça!

(Confira mais imagens e legendas no meu flickr, ao lado do blog)

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