Os bispos do Brasil: “Contra o Zika saneamento básico, não aborto!” – Matéria no site Vatican Insider

A Conferência Episcopal sobre o vírus: “Não ao pânico, vejamos antes de tudo o estado vergonhoso do sistema de saúde”. Mobilizemos também as paróquias na luta contra o mosquito “aedes aegypti”.

Os bispos do Brasil: “Contra o Zika saúde pública, não aborto”

Giorgio Bernardelli – Site Vatican Insider 07/02/2016

Não a quem difunde o pânico e a quem propõe o aborto como “remédio” à microcefalia dos recém-nascidos, atribuída ao vírus Zika. Mas também uma grave denúncia das carências do sistema de saúde nacional, que a difusão da doença está evidenciando.
Como era fácil se esperar, é óbvio da parte do episcopado o não a quantos nessas horas – a partir da provável ligação entre o vírus e as picadas de difusão da microcefalia entre os recém-nascidos – sugerem a saída do aborto terapêutico. “A gravidade da situação levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a microcefalia uma emergência internacional – escreve a Conferência Episcopal brasileira. – O alerta, porém, não deve conduzir ao pânico, como se estivéssemos enfrentando uma situação invencível, embora na sua extrema gravidade”.
Aos grupos que estão se organizando para levar a questão do aborto diante da Corte Suprema federal, os bispos respondem convidando a ver a raiz do problema do vírus Zika, que está sobretudo na ineficiência do sistema de saúde brasileiro. “Garantir a saúde, dom e direito de todos, deve ser a prioridade dos administradores públicos – escrevem-. É sua responsabilidade adotar políticas que promovam um sistema sanitário público e universal”.
Porque, no fim das contas, se é verdade que o vírus atinge a todos – para a sua difusão contribuem de maneira determinante a situação higiênica-sanitária inaceitável, à qual estão relegados os mais pobres no Brasil. É nas periferias, favelas, onde não se pode permitir os spray inseticidas que o aedes aegypti, portador deste e de outros vírus, encontra seu habitat ideal. Uma questão que se insere também no tema da Campanha da Fraternidade, a histórica iniciativa quaresmal da Igreja no Brasil, que neste ano aborda o tema: “Casa Comum, nossa responsabilidade”. Coloca sob os refletores exatamente o tema das periferias.

A Campanha ecumênica da Fraternidade – escrevem ainda os bispos brasileiros – ajudará muito a mostrar a realidade vergonhosa da saúde no Brasil. Sem uma política nacional eficaz sobre o saneamento básico, ficará comprometido qualquer esforço para combater o mosquito aedes aegypti”.
Também a Igreja Católica se empenha, todavia, a fazer a sua parte: “Aos responsáveis das nossas comunidades eclesiais – se lê na nota da Conferência Episcopal – pedimos que organizem ações e parcerias com iniciativas já existentes para pôr fim a esta situação. As intervenções de competência das autoridades públicas sejam reivindicadas e acompanhadas. Durante as celebrações, encontros e reuniões sejam oferecidas orientações claras e objetivas, para ajudar as pessoas a tomar consciência da gravidade da situação, das melhores formas para combater a doença e a sua transmissão. “Com a ajuda de todos – concluem os bispos -, sairemos vencedores. Deus, na sua infinita misericórdia, difunda a saúde sobre a terra. Nossa Senhora Aparecida, mãe e padroeira do Brasil, nos sustente no nosso empenho evangélico para a promoção da defesa da vida”.

Tradução do italiano: Pe. Raul Kestring

Fonte: http://www.lastampa.it/2016/02/07/vaticaninsider/ita/nel-mondo/i-vescovi-del-brasile-contro-zika-sanit-pubblica-non-aborto-Mud1HyhAYekGdiloAhGPUP/pagina.html

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