“Onde a estrela parou?” – Comentário ao Evangelho da Epifania do Senhor

1ª Leitura: Is 60, 1-6
Sl 71
2ª Leitura: Ef 3, 2-3ª.5-6
Evangelho: Mt 2, 1-12

“ONDE A ESTRELA PAROU”

 

No coração do tempo do Natal celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor! Como bem o nome diz: Epifania é uma palavra grega que significa manifestação do Senhor a todos os povos! Nós de fato celebramos com esta rica solenidade litúrgica a revelação messiânica de Cristo para todas as nações simbolizadas na visita dos magos! Assim, a Epifania é o reconhecimento do mistério de Cristo! É a festa da luz!

A primeira leitura antecipa este anúncio: Recorda a feliz esperança do retorno do povo de Israel do exílio babilônico de maneira altamente poética: “Levanta-te acende luzes, porque chegou a tua luz, a pareceu sobre ti a glória do Senhor! Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens cobrem os povos, mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti” (Is 60, 1-2).

É um belo programa para todos nós que estamos começando um novo ano! De modo contrário em nosso tempo os analistas políticos e econômicos preveem “nossa terra envolvidas em trevas”! É um pouco um sinal de nosso exílio espiritual! Com facilidade damos muita atenção a “estas pessimistas profecias” e podemos desanimar de nossa fé e esperança. Os políticos, economistas, analistas de nossa realidade, são de certa forma “magos”! São os profetas de nossa época! São os magos de uma sociedade que vai se secularizando e perdendo o sentido do mistério cristão! Onde a “verdade” é o que se verifica…e o Deus, é o dinheiro, o poder!

Mas a profecia de Isaias é muito mais realista! Ele nos convida a “acender luzes”! Que bela imagem!! “Porque apareceu sobre ti a gloria do Senhor”! (Is 60, 1-2)! Acender luzes é de certa forma, um programa de vida e um olhar sobre a realidade com esperança!! Há luzes que precisam ser acesas dentro de nós! E com certeza existem luzes que necessitam ser acesas para fora de nós!! No mundo, na sociedade em mudança de época que estamos vivendo! Como o foi num primeiro momento acesa dentro de Israel e depois proclamada em todas as nações: “Porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste em face de todos os povos luz para iluminar as nações e glória de teu povo, Israel” (Lc 2, 31-32).

No Evangelho, os magos do Oriente dirigem-se a Jerusalém e ali fazem uma importante pergunta: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2,1-2). É uma pergunta e uma chegada plena de significados: Em primeiro lugar a pergunta não quer saber apenas o lugar! Ela traz consigo algo de existencial: Para além do “onde”, pode estar implícito um “onde” em ti, homem moderno, sociedade moderna, coração humano, está o menino? Onde está a luz de Cristo?

No segundo momento: “Vimos sua estrela e viemos adorá-lo”! É uma frase impressionante! Pois os magos atualizam a profecia de Isaías da primeira leitura: “mas sobre ti apareceu o Senhor! Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora” (Is 60, 3). Os magos se deixam guiar pela luz! Ela é seu foco: “vimos a estrela no oriente”! A estrela que os guiava até Jerusalém e depois até a gruta de Belém, já os iluminava no interior! Mas que luz era esta da estrela? Para responder a isto, precisamos em primeiro lugar tentar responder quem eram os magos: Os magos não eram mágicos no sentido moderno do termo! Adivinhos ligados a uma forma de superstição! Eram homens de cultura! Assim podemos responder agora sobre: Que luz os conduziu até Belém? Esta luz era a luz da verdade!! Verdade no sentido filosófico antigo: Que é a verdade que ilumina todo o homem: Deus! “Luz verdadeira que vindo ao mundo, ilumina todo o homem” (Jo 1, 9).

Os magos foram conduzidos por esta luz! Era a luz da estrela de Belém! Não deram ouvidos a Herodes, às trevas, mas mantiveram seu foco na luz: “Ao verem de novo a estrela os magos alegraram-se com muita alegria. Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e prostraram-se, ofereceram-lhe presentes e o adoraram” (Mt 2,10).

Por isso nos presentes: ouro para o rei, incenso para o Deus e mirra para o homem. Em Cristo realeza, divindade e paixão andam juntas! E os magos iluminados pela luz da verdade já sabiam disto!

“E, avisados num sonho, voltaram por outro caminho”. O caminho, na Bíblia, é o símbolo da opção de vida da pessoa (Sl 1). Os reis magos optaram por obedecer à advertência de Deus; optaram pelo Menino Salvador, contra Herodes e contra todos os que rejeitam o “menino, matando vida inocente. Preferiram à luz em vez das trevas!

No início deste ano! Que luzes você vai acender dentro de você? Que luzes você vai acender no mundo? E que tesouro seu você dará a Cristo? Lembre-se: para que o encontro dos magos com o menino Jesus pudesse acontecer, eles tiveram que abandonar seus projetos pessoais e deixar-se conduzir por uma estrada desconhecida…. Não deixaram que suas ideias pessoais escondessem o desejo de querer ver o menino Deus. Se não tivessem feito isso, não poderiam aceitar a pobreza e a humildade do Menino de Belém. Quais são meus ideais para este novo ano? Que devo deixar…. mudar……. para que eu também possa me encontrar com o Menino Deus?

Fonte: Site Diocese de Rio do Sul

Leia também...