Lamentável: Jovem esfaqueia crianças em escola da Inglaterra
Nos noticiários dessa semana, ouvi um fato muito triste. Um jovem de 16 anos invadiu uma escola infantil, numa aula de dança, e esfaqueou impiedosamente nove crianças. Duas morreram e diversas delas estão internadas em estado grave. O criminoso foi preso pela polícia. Pelo menos, está impedido de cometer outros delitos!
Que dor imensa para as famílias dessas crianças, para a escola, para a comunidade! Em Blumenau, não faz muito tempo, ocorreu assassinato de crianças numa escola infantil, igualmente por um delinquente.
Não são só estes dois casos desse tipo de insanidade perpetrados em escolas. Se todas as experiências humanas podem trazer algum benefício, como explicar que tais crimes possam ajudarem alguma coisa?
Num primeiro momento, a agressão trouxe mais prevenção. O governo e as forças de segurança imediatamente reforçaram a proteção policial nos estabelecimentos de ensino. As escolas mesmas tomaram as suas providências, por exemplo, dificultando a entrada de estranhos ao ambiente de ensino.
Mas o questionamento persiste: Porque alguns seres humanos devem, de alguma forma, pagar com sua dor e morte os aperfeiçoamentos da sociedade? Porque a Carta dos Direitos Humanos veio depois de uma terrível guerra mundial? Porque, para conquistar a liberdade e soberania, muitos países sofrem derramamento de sangue? Que lógica inconsequente será esta?
Se olhamos a Bíblia, vemos nela também passagens de dor, injustiça, morte. Nessa manhã, 30 de julho de 2024, presidi santa missa na Casa de Idosos Santa Ana, no bairro Garcia, Blumenau. Então, celebrava-se a terça feira da 17ª Semana do Tempo Comum. A primeira leitura, tirada do Livro do Profeta Jeremias (17,17-22). O texto expõe a queixa do Profeta: “Se saio ao campo, eis os feridos pela espada; se entro na cidade, eis as vítimas da fome; pois até o profeta e o sacerdote atravessam a terra e não compreendem” (versículo 18). Eles que explicam tantas coisas, não conseguem entender tamanha desgraça.
No versículo 20, Jeremias afirma: “Nós, reconhecemos, Senhor, nossa maldade e a falta dos nossos pais”. Sofrida e inalienável confissão! Realmente, a maldade vem do fato de sermos pecadores, nós e nossos pais. O Salmo 50 admite: “Em pecado minha mãe me concebeu” (v. 5).
A verdade é que Deus criou este mundo como um paraíso de harmonia, felicidade, vida. O pecado de Adão e Eva atrapalhou esse plano amoroso quando rejeitaram o Criador e erigiram a si mesmos como deuses. O resultado foi consequente: a dor, a morte, a luta contra o mal. Eram imortais, livres, superinteligentes. O pecado lançou-os na própria miséria.
A perícope jeremiana, termina com o pedido: “Não nos menosprezes por causa do teu Nome” (v. 21). De fato, o Nome, a honra de Deus, estava comprometida com a aliança. Romper essa aliança não era próprio da fidelidade divina. Mesmo que o ser humano, na sua limitação criatural, fosse infiel, a infidelidade de Deus era inadmissível, seria diminuí-lo, obscurecê-lo!
Por isso, termina o mesmo texto exprimindo confiança, esperança: “Não és tu, Senhor, o nosso Deus? Em ti nós esperamos” (v. 22b)!
Diante de catástrofes, desgraças, injustiças, o ser humano não pode se resignar ou se desesperar! Mesmo que seja dificílimo, a esperança não pode morrer! Como exorta o Papa Francisco: “Não deixeis que vos roubem a esperança”! Nada, absolutamente nada, pode roubar a nossa esperança. O apóstolo Paulo anima-nos dizendo que ela “não engana”. Não pode enganar porque fundamenta-se em Deus, na sua aliança com a humanidade. Aliança, esta, assegurada eternamente por Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição.
Senhor, nosso Deus e Pai, em ti estão as nossas esperanças de dias melhores! Com a tua graça, dá-nos a paciência dos santos e faze de nós baluartes dessa fundamental virtude!