Brasília, sexta-feira, 31 deagosto de 2012 (ALC) – O movimento de mobilização da sociedade em favor dos não-assimilados pelo sistema produtivo, o 18º Grito dosExcluídos, esse ano pedirá “um Estado a serviço da Nação”. A campanhaacontece de 1º a 7 de setembro, coincidindo com a chamada “Semana daPátria”.
O movimento surgido através das Pastorais Sociais da Igreja Católica em 1995 tinha a intenção de denunciar a exclusão, valorizar os sujeitos sociais e mostrar aimportância das manifestações populares, desenvolvidos na década seguinte ao fim da ditadura, em 1985. Ficou conhecido por “sacudir” 170 cidades no seu nascimentoe por ter como símbolo uma panela vazia.
Este ano aproposta é indagar se o Estado consegue atender aos interesses da população. Passadas mais de duas décadas do fim do regime de exceção, as pastorais envolvidas na luta para assegurar direitos propugnam por “Um Estado aServiço da Nação, que Garanta Direitos de Toda a População”. A partir de amanhã, o Grito dos Excluídos promove manifestações através de marchas, romarias, vigílias, panfletagens e passeatas em todo o Brasil.
Dom Guilherme Antonio Werlan,presidente da Comissão Episcopal Caridade, Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),enfatizou que “se todos somos iguais perante a lei, o Estado deveria garantir isso”. Ele denunciou o Estado por servir”a interesses particulares” e conclamou a sociedade civil a”mexer na estrutura desse Estado”.
Na esteira dos debates, encontros e celebrações, o Grito dosExcluídos vai discutir temas como a violência contra os jovens, a corrupção, as implicações das obras preparativas para a Copa do Mundo e a construção de barragens na Região Norte do país.
Iury Charles Paulino, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), informou que estão discutindo o aproveitamento da energia elétrica.”Para que se produz energia elétrica no Brasil e paraquem? A quem essa energia vai servir? Os benefícios delas serão para o conjunto da população brasileira ou serão para algumas corporações nacionais e internacionais?” – indagou.
O Grito dos Excluídosé um movimento organizado pelas Pastorais Sociais daConferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), integrado pelaComissão Pastoral da Terra (CPT), com apoio de organismos da sociedade civil como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST), o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e a Assembleia Popular