Concilio de Niceia 1700 anos foi tema de seminário regional em Pomerode

O qualificativo regional vincula-se à abrangência dos territórios do Sínodo Vale do Itajaí, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB e da Diocese de Blumenau. E o Sínodo e a Diocese não coincidem em suas abrangências territoriais. O linguajar ecumênico, aqui, deseja englobar, portanto, uma micro-região do nosso estado. Assim, podemos situar o Núcleo Ecumênico de Blumenau – NEB, que abarca essa inteira micro-região, acolhendo as Igrejas Cristãs aí presentes e atuantes e convocando-as a uma caminhada conjunta rumo à unidade na diversidade. Já reza o ditado popular: “A união faz a força”. Vale isso também e inalienavelmente para o anúncio do Evangelho.

Do NEB, participam atualmente: a Igreja Episcopal Anglicana – IEAB, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil – IELB, a Igreja Congregacional, a Igreja Presbiteriana de Blumenau – IPB e a Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR.

Após essa pequena introdução, eis a boa notícia: Quinze representantes do Núcleo Ecumênico de Blumenau participaram do Seminário “1700 anos do Concilio de Niceia, seu contexto histórico e suas implicações na Igreja”, no dia 06 de maio de 2025, no aprazível ambiente do Centro de Eventos Rodeio 12, em Rodeio, SC. Promovido pelo NEB, IECLB e Diocese de Blumenau, o evento teve a competente assessoria teológica do professor doutor Pe. Kelvin Konz, membro do corpo docente da Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC. O seminário iniciou-se às 08h com sortido café da manhã. Às 8h45, o grupo reuniu-se no salão nobre do Centro de Eventos; e Pe. Raul Kestring, presidente do NEB, dirigiu breve e fraterna acolhida aos pastores e padres presentes e, logo em seguida, Pastor Sinodal Alan Sharle Schultz, do Sínodo Vale do Itajaí, da IECLB, enriqueceu os participantes com momento orante.

Pe. Kelvin tomou, a seguir o seu ministério de assessor. O assunto teve o vivo interesse de todos os participantes que reagiram também com suas contribuições e dirimindo dúvidas sobre o tema. Evidenciou-se a importância do primeiro Concilio Ecumênico da história do cristianismo, ocorrido no ano de 325, e complementado pelo Concilio de Constantinopla, no ano de 381. A definição da fórmula cristológica/trinitária “omooúsios” que determina a mesma substância do Pai e do Filho, gerado e não criado na eternidade, impactou e impacta a Igreja toda, uma vez que situa digna e verdadeiramente a sua “pedra angular”, Jesus Cristo, diante de outras diferentes doutrinas.

Evidenciou-se também a importância da recitação frequente do Credo Niceno-Constantinopolitano como forma de dar a todos os fiéis a orante noção desse ensinamento sobre o Senhor Jesus, em vista de, sob a sua luz, edificarmos a Igreja Una e Diversa. Pois a unidade certamente nunca será uniforme, uma vez que espelha a unidade e a pluralidade da própria Trindade. Supõe-se, por outro lado, necessariamente, a diversidade reconciliada, em progressivo diálogo de amor.

Após pequena pausa, pelas 11h45, houve colocações, questionamentos e sugestões sobre ao Núcleo Ecumênico de Blumenau, seu regimento interno, sua missão, seus projetos, sua importância na busca da unidade pedida expressamente pelo Senhor Jesus: “Que todos sejam um para que o mundo creia” (Jo 17,21). Mais do que recomendação aos seus discípulos e discípulas, essa oração procedeu do coração do Filho ao coração do Pai, isto é, de um Deus a outro Deus. Importa, assim, a generosidade de todos nós, seres humanos, para apressarmos a chegada à sonhada meta. O almoço confraternizador, pelas 12h30, encerrou o proveitoso encontro.

Texto: Pe. Raul Kestring

Leia também...