Beata Lindalva Justo de Oliveira, Virgem e Mártir (Sítio Malhada da Areia, Brasil, 20 de outubro de 1953 – Salvador da Bahia, Brasil, 9 de abril de 1993, celebrada amanhã, 7, roga por todos nós!

Lindalva nasceu em 20 de outubro de 1953, no pequeno povoado de Sítio Malhada da Areia, no Rio Grande do Norte, Brasil. Sexta filha de João Augusto da Fé e Maria Lúcia, desde pequena demonstrava grande religiosidade. Depois dos estudos em Natal, cuidou do pai enfermo e, à sua morte, Lindalva de Oliveira, aos 33 anos, entrou na Sociedade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Terminado o período do Noviciado, foi enviada ao internato Dom Pedro II, em Salvador, Bahia, recebendo o encargo de coordenar uma enfermaria de 40 idosos. Na manhã de 9 de abril de 1993, Sexta-feira Santa, participou da Via Sacra. De volta, serve o café aos idosos. Não havia nem começado o serviço e foi assassinada com 44 facadas por Augusto Peixoto, um dos pacientes. Foi declarada beata no dia 25 de novembro de 2007. (Jornal italiano Avvenire)

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De fato contemporânea nossa (nasceu em 1953), foi incluída recentemente à beatificação, a apenas 14 anos da sua morte: sinal, este, de uma vida límpida, de uma fé coerente e de um martírio irrefutável. A Postulação entende sublinhar que depois de São Francisco, Santa Clara e Madre Teresa de Calcutá, ninguém conseguiu assim depressa alcançar a glória dos altares, enquanto conquista também o primado de primeira religiosa brasileira beatificada. Nasceu numa paupérrima região brasileira do estado do Rio Grande do Norte, sexta filha de treze partos de Maria Lúcia de Oliveira, que se casou muito jovem com o agriculto João Justo da Fé, já viúvo com três filhos. Desta grande tribo, os dois, além dos genitores, são os primeiros verdadeiros e exigentes “diretores espirituais”.

Naquela região perdida, na qual nem sempre é fácil chegar à igreja e ter a presença do sacerdote, é a mãe que ensina a eles o catecismo e é o pai que comenta para eles a Bíblia. Desde menina, somente Lindalva se caracteriza por uma religiosidade um pouco mais acentuada, por uma maior sensibilidade, por uma atenção especial às crianças e aos pobres. Nada mais. Estuda, vai recolher as frutas e legumes nos momentos livres para ajudar em casa e, apenas diplomada em 1979, trabalha de balconista em algumas casas comerciais e também de caixa num posto de combustível.

Alguma paixãozinha, ela teve, como todas as meninas da sua idade, mas nada de sério e significativo, porque Lindalva ainda não havia decidido como viver a sua vida. No entanto, começa a fazer voluntariado no Instituto para os anciãos, dirigido pelas Irmãs Vicentinas, porque a paixão que tinha desde pequena pelos pobres e doentes não havia se apagado. No ano de 1982 morre seu pai, destruído por um câncer particularmente doloroso. Lindalva, que tinha deixado o trabalho para cuidar dele nos últimos meses, como a mais afetuosa e competente enfermeira, fica muito tocada por esta morte exemplar, que deixa dentro dela mil interrogações sobre o sentido da vida e sobre a necessidade de emprega-la bem. E é exatamente daqui que amadurece a decisão de fazer dos pobres a sua escolha de vida.

Em 1986 começa a frequentar os encontros vocacionais das Vicentinas, enquanto frequenta um curso de enfermeira e outro para aprender a tocar violão, como a dizer que, para ela, a competência profissional deve andar de braços dados com a alegria. Um ano depois entra no Postulantado das Filhas da Caridade, com o propósito de ser “transbordante de alegria e vontade de ajudar o próximo” e em 1989 inicia o noviciado em Recife.

Em janeiro de 1991, começa o seu serviço num hospital para anciãos. É feliz, cheia de uma alegria comovente que faz bem ao coração dos internados, enquanto ela escolhe os serviços mais humildes com uma generosidade infinita. “Sinto-me mais realizada e feliz neste meu trabalho que o Papa em Roma”, diz sorrindo. Somente uma sombra: as atenções sempre mais explícitas que lhe demonstra o mais jovem dos internados, um homem na idade dos quarenta anos que ela evita com caridade mas também com muita firmeza. .

No dia 9 de abril de 1993, sexta-feira santa, depois de ter participado da Via Sacra pelas ruas da cidade, enquanto está servindo o café aos anciãos hospedados, é assaltada pelas costas por aquele homem e massacrada com 44 facadas. “Eu fiz o que devia fazer porque não me quis”, dirá à polícia que o prende. Para Irmã Lindalva, porém, começam os dias da glória, porque o povo reconhece nela uma mártir. O processo de canonização começa no ano 2000 por aclamação popular e termina apenas um ano depois, coroado pela beatificação. Mas no Brasil já se anuncia o milagre da cura inexplicável de uma menina confiada à sua intercessão. Por isso não se exclui que em breve a Igreja se pronuncie oficialmente sobre a canonização de Irmã Lindalva Justo de Oliveira, a humilde Filha da Caridade que a Cristo doou tudo, também a vida.

A memória litúrgica da Beata Lindalva foi fixada pela Congregação para o dia 7 de janeiro, dia do seu Batismo, como também 9 de abril, dia da sua morte,

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Autor: Gianpiero Pettiti
Tradutor (do italiano): Pe. Raul Kestring

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