Uma saudação fraterna a você!

Com meus queridos pais, Gregório e Clarinda, celebrando aniversário

Uma saudação fraterna a você!

Li, em certa ocasião, uma frase que atinge diretamente o objetivo deste blog. “Somos o que comunicamos” – dizia aquele enunciado. Se pensarmos bem, está aí uma grande verdade. Não podemos imaginar uma pessoa que viva totalmente isolada. Neste mundo, todos os seres criados estão em relação, uns com outros.

Em termos psicológicos, a pessoa se encontra, se identifica em contato com o diferente, isto é, em contato com a outra pessoa, ou seja ainda, na alteridade. Inicia-se este processo desde a mais tenra idade e perpetua-se pela vida afora. O primeiro “outro”, com o qual nos deparamos e interagimos são nossos pais, nossa família, nossa comunidade. Eles desempenham papel fundamental na descoberta de nosso “eu”, das nossas qualidades e limitações. É evidente que devem favorecer a beleza e a grandeza da vida, da felicidade, da superação das fraquezas e desafios. É lamentável quando, por qualquer motivo, a criança encontra ambiente nocivo a essa auto-descoberta de si mesmo.

Elemento indispensável dessa caminhada é aquele, a quem denominamos o totalmente outro. É o totalmente santo, a pessoa de Deus, trino e uno, diversidade e unidade. Sem essa referência, torna-se impossível esse processo vital chegar a bom termo. Basta lembrar que o homem e a mulher não se limitam ao aspecto corporal. Caracterizam-se e diferenciam-se diante de todos os demais seres pelo espírito que os habita. Esse espírito nos remete à perspectiva transcendente do seu ser e do seu agir.

Em Jesus Cristo, a segunda Pessoa da santíssima Trindade, o Filho de Deus encarnado, apareceu-nos o definitivo paradigma humano-espiritual da pessoa humana. Como o encontramos descrito nos Evangelhos, em toda a Bíblia, não conhecemos somente esse “totalmente outro”, o Deus verdadeiro. Conhecemos também, na sua verdadeira luz e dimensão o homem criado por Deus e recriado por seu Filho encarnado, morto e ressuscitado.

Fomos, portanto, agraciados com a revelação de um Deus que quis comunicar seu amor criando a pessoa humana e tornando-a apta a estabelecer com ele um diálogo de amor, o exercício dessa realidade da alteridade. Evidentemente, o grande privilegiado desse diálogo torna-se o homem mesmo. Por si mesmo, não teria capacidade de vivenciar tão grande graça, a de enriquecer-se do próprio ser de Deus.

Do exposto já se pode deduzir a importância, ou melhor ,a necessidade da atitude dialogal com as irmãs e irmãs, criados pelo mesmo Deus e Pai. São Francisco pode ser lembrado como verdadeiro modelo desta fraternidade universal, até mesmo com todos os seres criados, a quem chamava de “irmãos”.

Alegra-me, enfim, expor aqui, neste blog, moderno e eficiente meio de comunicação, um pouco de mim, do que penso, do que faço, do que sonho. Assim tentando comunicar-me, aprofundo a busca da minha identidade, desenvolvo minhas qualidades. Ao mesmo tempo encontro irmãos e amigos, a quem posso também enriquecer com os dons derramados pelo Criador a todos e todas.

Um grande abraço de saudação a você, caríssimo leitor, caríssima leitora. Conto com você!

Pe. Raul Kestring

Blumenau, 06 de julho de 2010

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