Passarei como fogo que devora tudo… e deixa em pé somente a Verdade

Por estes dias, não sei bem porque, estou me lembrando frequentemente de uma meditação de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares. Eu a ouvi alguns anos atrás. Intitula-se “Tenho um só esposo sobre a terra”. Reproduzo-a abaixo.

Mas o trecho que mais me ocorre ao meu pensamento, à minha alma, é este: “Passarei como fogo que devora tudo o que há de ruir, e deixa em pé somente a Verdade”. Como necessitamos de homens e mulheres com este perfil no mundo de hoje! Quanta coisa deste nosso mundo deve ruir mesmo para que, das cinzas, brote uma realidade nova. Esta realidade tem um nome, aquele quem foi dado por Jesus, nosso Mestre e Senhor: Reino de Deus.

Que o Espírito Santo esteja conosco nesse empenho de santidade que significa também saúde, paz, desapego, decisão, serviço às pessoas, à Igreja e ao mundo. Maria desolada deve ter encontrado, dessa forma, o sentido da sua vida terrena, depois da cruz e da ressurreição do seu filho, o Filho de Deus.

Crucifixo que fotografei no Centro Mariápolis Arnold, do Movimento dos Focolares, em São Leopoldo, RS

Tenho um só esposo sobre a  terra:
Jesus  abandonado.
Não  tenho outro Deus além dele.
Nele  está todo o paraíso com a Trindade
e  toda a terra com a humanidade.
Por  isso, o seu é o meu e nada mais.
Sua  é a dor universal e, portanto, minha.
Irei  pelo mundo à sua procura
em  cada instante da minha vida.
O  que lhe faz sofrer é meu.
Minha,  a dor que perpassa no presente.
Minha,  a dor de quem está ao meu lado.
Meu tudo aquilo que não é paz,
gaudio,  belo,  sereno.
Numa palavra: tudo aquilo que não é Paraíso.
Pois eu também tenho o meu paraíso,
mas ele está no coração do meu esposo.
Outros paraísos não conheço.
Assim será pelos dias que me restam:
Sedenta de dores,
de angústias, de desesperos, de melancolias, de exílio,
de abandonos, de dilacerações,
de tudo aquilo que não é Ele.
E Ele é o pecado, o inferno.
Assim, dessecarei a água da tribulação
em muitos corações próximos e distantes,
pela comunhão com meu esposo onipotente.
Passarei como fogo que devora tudo o que há de ruir
e deixa de pé só a Verdade.
Mas é preciso ser como ele,
Ser  ele no momento presente da vida.

Chiara Lubich

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