Jovens dançam após receberem o dom do Espírito Santo na igreja da Vila Nova, em Blumenau

Tive a oportunidade de participar da celebração da santa missa presidida por Dom José Negri, PIME, bispo diocesano de Blumenau, neste Domingo de Pentecostes, 27 de maio de 2012, às 19h.

Terminou Dom José a cerimônia da unção dos crismandos e houve uma cena inusitada em celebrações de Crisma. Todos os 73 jovens e adultos crismados vieram à frente do presbitério e, ao som de uma música moderadamente ritmada, puseram-se a dançar. Vestidos de camiseta preta, com uma destacada e estilizada pomba na frente, aqueles jovens e adultos, um pouco apertados no espaço não muito generoso, agitavam as mãos, pulavam, movimentava-se de um lado para outro.

Foram bem uns cinco minutos de alegre movimentação que, de certa forma, contagiou a todos os presentes. Alguns levantaram-se também e puseram-se a balançar-se ao ritmo das guitarras, do teclado e da bateria.

Terminada a dança (pode-se dizer litúrgica), Dom José recordou a todos que os apóstolos, no Dia de Pentecostes, pareciam embriagados. De fato, narra São Lucas: “Todos estavam pasmados e prerplexos, e diziam uns aos outros: ‘Que significa isso?’ Mas outros caçoavam: ‘Estão bêbados de vinho doce'” (At 2,12-13).

Perguntava, então, o bispo aos dançarinos, já acomodados em seus lugares: “Vocês estão contentes? Estão felizes por terem recebido o dom do Espírito Santo?” Parecendo um tanto ofegantes porcausa da movimentação, mas ouviu-se o coro de vozes: “Sim!” E proromperam numa salva-de-almas, à qual se uniu toda a comunidade reunida.

Uma bela idéia dos que programaram aquela liturgia. Os jovens e os adultos gostam de movimentação. Gostam das “baladas”. Embora, certas baladas não correspondam à alegria do Espírito.

Embora os diversos ritos se sucediam solenes, com incenso, cantos, paramentos festivos de côr vermelha, não se permaneceu  na conveniência, na frieza. Adquiriu sabor de juventude, Espírito, liberdade, alegria.

Desejei, naquele momento que, em sua celebração do Sacramento da Crisma, todos os jovens, se não dessa mesma forma, tovessem a oportunidade de extravasarem sua alegria, a alegrai da sua juventude, a alegria que transborda do seu coração,a aleria recebida com a unção do Espírito Santo.

Nos ritos iniciais da Missa em latim, promulgada pelo Papa São Pio V, rezava-se: “Introibo ad altare Dei, ad Deum qui laetificat juventutem eam” (Sl 43,4), traduzido para o português: “Eu me aprocimarei ao altar de Deus, ao Deus que alegra a minha juventuide”.

Este salmo era dialogado entre o sacerdote e o acólito, e acompanhado por toda a assembléia reunida.

Deus  é eternamente jovem. E mesmo que a juventude seja uma idade passageira no ser humano, o Espírito que está nele rejuvenesce-o permanentemente. Até chegar à casa de Deus, na eterna juventude.

Veja mais imagens da verdadeira coreografia litúrgica: http://www.flickr.com/photos/peraul/

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