1º Passo da Sobriedade: ADMITIR – Neste ciclo que se inicia, Deus nos apresenta a liberdade e junto a ela o seu preço

Leitura da Palavra: Dt 30,15-20:

“15. Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal. 16. Mando-te hoje que ames o Senhor, teu Deus, que andes em seus caminhos, observes seus mandamentos, suas leis e seus preceitos, para que vivas e te multipliques, e que o Senhor, teu Deus, te abençoe na terra em que vais entrar para possuí-la. 17. Se, porém, o teu coração se afastar, se não obedeceres e se deixares seduzir para te prostrares diante de outros deuses e adorá-los, 18. eu te declaro neste dia: perecereis seguramente e não prolongareis os vossos dias na terra em que ides entrar para possuí-la, ao passar o Jordão. 19. Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, 20. amando o Senhor, teu Deus, obedecendo a sua voz e permanecendo unido a ele. Porque é esta a tua vida e a longevidade dos teus dias na terra que o Senhor jurou dar a Abraão, Isaac e Jacó, teus pais.”

Neste ciclo que se inicia, Deus nos apresenta a liberdade e junto a ela o seu preço. Em várias situações a Bíblia nos oferece esta reflexão, desde as escolhas feitas por Eva, o investimento de Noé na construção da Arca, a decisão de Moisés em resgatar um povo, as consequências que pairaram em Sodoma e tantas outras decisões que recaíram sobre as cabeças de quem decidiu.

As escolhas estão para nós como um desafio seriíssimo, para alguns interpretados como uma punição. Alguns pensadores afirmam que estamos fadados à liberdade. E diz-se isso porque essa liberdade não é tão gratificante assim. Talvez fosse muito melhor se outros nos tomassem pela mão e assumissem toda carga de responsabilidades que suportamos. Contudo, se vivêssemos dessa forma, como ser atuante? Apenas estaríamos seguindo caminhos não escolhidos, talvez nem percebidos em sua grandeza.

Essa liberdade nos torna autônomos e percebedores das diferenças. Colocar-nos entre a vida e a morte, o bem e o mal é um princípio básico para a existência. A partir daí, surgem perguntas que vão nos dirigir às escolhas, perguntas até filosóficas, eu diria. Como: O que quero para minha vida? O que estou fazendo comigo? Que lugar Deus está ocupando dentro dela? A quem sirvo? Sou escravo de meus vícios e pecados?

As escrituras falam do caminho do bem, do sofrimento, do sacrifício, da satisfação do espírito e em contrapartida, o caminho do mal nos apresenta os prazeres excessivos, a satisfação em quebrar as regras, o brilho dos vícios, uma condição que é voltada só para nós. Em nenhum momento fala-se de consequência, pois a cegueira do individualismo não permite visualizar as condições de sofrimento que estão por traz de tudo isso.

Quem por aí adentra se ilude com a própria fantasia e se encanta com as falsas promessas. Jesus nos fala da Verdade, do caminho estreito, dos enfrentamentos e nos oferece suporte durante todo o percurso. Nos entrega o Espírito Santo que se colocará à frente quando assim o pedimos. Então, é importante que observemos as Leis do Senhor, que conheçamos a Sua Palavra, que acolhamos os Seus preceitos, para fazer uma escolha consciente e responsável, assumindo a razão pela qual estamos abraçando esta causa.

É preciso entender que o Caminho do Pai é reto e está sempre ao nosso dispor, mas não quer dizer que se nos colocarmos em dúvidas vamos receber as compensações por Ele anunciadas. A plenitude, a paz de espírito, a confiança, a alegria que nos é oferecida é apresentada justamente quando fazemos a opção. A partir desta opção escolhemos um direcionamento que nos trará a maturidade espiritual necessária à conquista dos nossos objetivos. Todos estes benefícios estão dentro de uma mesma promessa, mas só adquire essa sabedoria quem faz a escolha.

Portanto, este é o momento de admitir o queremos para nossa vida. O que pretendemos mudar? O que temos como sugestão e o que vamos decidir? Lembrando que ficar em cima do muro também é uma opção, diga-se de passagem, das mais covardes, pois ela retrata o quanto queremos enganar a nós mesmos, acreditando que não seremos reconhecidos ou percebidos pelas nossas faltas de atitude.

Pensemos bem sobre todas essas coisas ditas ao nosso coração através desta Leitura e façamos a nossa parte, admitindo que o nosso processo de mudança está apenas começando e humildemente busquemos compreender mais, nos dedicando às orações para nos debruçarmos sobre esse desejo de ser um com Cristo.

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